Se há coisa que aprecio é a ascensão e queda de uma estrela,
seguido de um brutal comeback.
Os Bennifer foram o primeiro casal entidade amálgama de
Hollywood. Antes dos Brangelina governarem, os Bennifer eram reis e senhores da
imprensa mais ou menos colorida.
Jennifer Lopez que fez na sua carreia cinematográfica um
único filme digno (Out of Sight) e Ben Affleck uniram-se numa dupla
infame cujo poder corrosivo haveria mais tarde por os consumir.
Ben tinha ganho com Matt Damon o oscar de melhor argumento
por “O bom rebelde”, era ator fetiche de kevin Smith. Havia bons motivos para
simpatizar com a figura, não fossem quase simultâneamente os filmes blockbuster
ocos e J-Lo, que lançavam a sua figura no ridículo, no alvo dos tabloides e
apresentadores de talk shows americanos. Gigli e Daredevil foram a gota de
água.
Com o desastre de
Gigli, kevin tentou na edição do seu filme (Jersey Girl) extirpar Jennifer o
mais que pode do final cut do filme, mas não funcionou. Não era cool gostar dos
Benifer, havia boas razões para isso, o filme foi cilindrado na critica e
ignorado pelo público.
Francamente? Eu não abominei de Jersey Girl. Kevin viria a fazer pior.
Francamente? Eu não abominei de Jersey Girl. Kevin viria a fazer pior.
O romance entre os dois estava em declínio bem como a carreira
de Ben. Separaram-se e Ben reavaliou a sua vida e carreira. Afastou-se do estrelato
e ensaiou o seu comeback.
J-lo haveria de fazer o mesmo via American Idol mas sem
reinvenção posiiva. Apenas limpou a casa e deu as mesmas cartas.
Quando com o seu papel Hollywoodland ganhou o prémio de
melhor ator na Berniale não faltaram as piadas. A ironia irresistível. Ben
tinha ganho o papel de melhor ator interpretando o papel de um ator canastrão.
Claro. Os cínicos de plantão (eu inclusive) logo disseram que ele não podia
fazer aquilo mal. Bastava ser ele. Mas o prémio lá estava. Pouco depois, o
salto para a realização.
A surpresa total de “Gone baby gone” junto de público e critica e
a confirmação em "The Town” fizeram calar definitivamente o burburinho e
escárnio sobre a sua pessoa.
Affleck volta agora com Argo. Um dos melhores filmes do ano.
Seco, firme, sem tempo a mais (ou a menos), sem rodriguinhos. Argo conta a
história surreal de um agente da Cia que se passa por produtor de cinema para
extrair seis americanos escondidos na embaixada do Canadá no Irão.
Contextualização histórica bem definida, clara e sem alongamentos
desnecessários.
Ben (que desde o seu primeiro filme, sentimos que viu todos
filmes de Michael Mann) mostra como se faz um filme de espionagem, baseado numa
história verídica, com estilo, atitude e elegância. A gestão da tensão nos
momentos finais é brilhante. Apesar da maioria dos espetadores adivinhar o mais
que provável final feliz, o filme consegue prender a sua atenção até ao último
segundo. A interpretação de Ben é também irrepreensível.
Não será de estranhar a presença do filme nos Oscares. Quem
se ri dos Bennifer agora?